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Substâncias Químicas


(Em construção)

 


 

 

Monóxido de Carbono

CO

Sinônimos:

Óxido de Carbono, Óxido Carbônico, Gás de Chaminé.

Aspecto:

Gás incolor, inodoro, sem sabor, não irritante, mais leve que o ar.

Principais fontes de produção:

O gás resulta da combustão incompleta de matéria orgânica e combustíveis orgânicos.
Na natureza, o gás é produzido pela oxidação de vegetais, oxidação do metano na atmosfera, incêndios, queimadas, etc. Também é produzido por microrganismos nos oceanos. A concentração média de CO, na atmosfera, é de 0,1 ppm, sendo que 90 % do CO atmosférico é produzido pela própria natureza e 10 % pela atividade do homem.
O monóxido de carbono, resultante da atividade do homem, provem de fornos, motores à explosão (gasolina, diesel, etc.), refinarias de petróleo, "flares" (queima de gases naturais), etc.
O hábito de fumar também expõe o ser humano ao monóxido de carbono. A exposição crônica a CO resulta em níveis duas a três vezes maiores em fumantes do que em não fumantes.
Motores à explosão podem produzir concentrações de CO, de mais de 100 ppm. O uso de catalisadores reduz a poluição a níveis aceitáveis.
A natureza consegue absorver CO, por meio de reações com radicais hidróxidos do próprio meio-ambiente, formando CO2. O monóxido de carbono também é absorvido na atmosfera superior e no solo.

 

Insalubridade:

Insalubridade grau máximo, de acordo com a NR 15.
Altamente tóxico à exposição aguda (American Petroleum Institute).
Carcinogenicidade ocupacional (ACGIH 95-96) não estabelecida.
Limite de Tolerância (NR 15) = 39 ppm ou 43 mg/m3
TLVtwa = 25 ppm ou 29 mg/m3

Observação:
TLV = Threshold Limit Value = Limite de Tolerância
twa = Time Weighted Average = Média Ponderada no Tempo
TLVtwa = Limite de Tolerância, Média Ponderada no Tempo = concentração média, ponderada pelo tempo de exposição , para uma jornada de 8 horas diárias e 40 horas por semana.
Cn = concentração medida durante certo tempo Tn
Tn = Tempo durante o qual foi observada a concentração Cn

Riscos Toxicológicos:

Exposição aguda.
A hemoglobina (oxi-hemoglobina - HbO2) carreia oxigênio no sangue.
O monóxido de carbono combina-se com hemoglobina, formando carboxi-hemoglobina (HbCO), que não tem capacidade de carrear oxigênio, porque o CO e o O2 reagem com o mesmo grupo na molécula de hemoglobina.
CO tem 1/10 da capacidade que tem o O2 de combinar-se com hemoglobina, mas dissocia-se da hemoglobina a uma taxa de 1/2200 da taxa de dissociação do O2, ou seja, a hemoglobina tem 220 vezes mais afinidade pelo CO do que pelo O2. Por isso o monóxido de carbono é muito perigoso, a baixas concentrações, apresentando alta toxicidade.
Uma concentração de 1000 ppm de monóxido de carbono no ar representa 0,1 % de CO em volume.
O ar contem 21% de oxigênio em volume.
0,1% x 220 = 22% ,
21% @ 22%, ou seja , a concentração de 1000 ppm de CO resulta em aproximadamente 50% de carboxi-hemoglobina.
A redução da capacidade de carrear oxigênio é proporcional à quantidade de carboxi-hemoglobina. Mas, além disso, a quantidade de oxigênio disponível para os tecidos é reduzida porque a presença de carboxi-hemoglobina interfere com a liberação do oxigênio carreado pela oxi-hemoglobina (HbO2).
A tabela a seguir mostra os efeitos da intoxicação aguda:

CO (ppm) no ar

Tempo de acumulação (minutos)

Concentração de carboxi-hemoglobina (%)

Sintomas

50

150

7

Dor de cabeça, leve

100

120

12

Dor de cabeça moderada, tontura

250

120

25

Dor de cabeça severa, tontura

500

90

45

Náuseas, vômitos, colapso

1000

60

60

Coma

10.000

5

95

Morte

Fonte: American Petroleum Institute

 

Correlação entre a % de HbCO e os sintomas de intoxicação aguda por CO

% de saturação sangüínea

Sinais e sintomas

0-10

Sem sintomas

10-20

Tensão em torno da testa, possível discreta cefaléia, dilatação de vasos cutâneos

20-30

Cefaléia, palpitação na têmpora

30-40

Cefaléia severa, fraqueza, tonteira, ofuscamento da visão, náusea e vômitos, colapso

40-50

Idem item anterior, com maior possibilidade de colapso ou síncope, respiração e pulso acelerados

50-60

Síncope, respiração e pulso acelerados, coma com convulsões intermitentes, respiração de Cheyne-Stokes

60-70

Coma com convulsões intermitentes, função cardíaca e respiração deprimidas, morte possível

70-80

Pulso fraco e respiração lenta, insuficiência respiratória e morte

Fonte: Sayers e Davenport, 1930

 

Exposição crônica.

Exposição prolongada, a baixas concentrações de CO, provoca alterações no sistema cardiovascular porque pessoas saudáveis reagem de imediato à diminuição da capacidade carreadora de O2 , com aumento do débito cardíaco. Pessoas com doença cardiovascular podem ser incapazes de compensar a hipóxia, sendo mais vulneráveis ao CO.
O monóxido de carbono atravessa rapidamente a placenta, podendo haver seqüelas neurológicas em crianças nascidas de mulheres expostas ao CO, inclusive fumantes.

 

Recomendações Gerais.


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