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Instrução Normativa Nº 1, de 20 de dezembro de 1995

Ministério do Trabalho

    A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando a necessidade de evitar a incidência de casos de benzenismo no Brasil;

Considerando que o benzeno é uma substância reconhecidamente carcinogênica;

Considerando o Decreto no 1.253, de 27-9-94, que aprova o texto da Convenção nº 136 e Recomendação nº 144 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Proteção Contra os Riscos de Intoxicação Provocados pelo Benzeno;

Considerando a retirada do agente químico benzeno do Quadro I do Anexo 11 da Norma Regulamentadora NR 15 - Atividades e Opera ções Insalubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8-6-78, conforme publicação do art. 3º da Portaria SSST nº 3, de 10-3-94;

Considerando a obrigatoriedade da reali zação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, conforme redação da Nor ma Regulamentadora na 9, aprovado pela Por taria MTb nº 3.214, de 8-6-78;

Considerando a necessidade de se obter urna uniformização dos criterios e procedimen tos das avaliações ocupacionais ao benzeno;

Considerando a redação do Anexo 13-A- Benzeno, da Norma Regulamentadora NR 15 - Atividades e Operações Insalubres, aprovada pela Portaria MTB nº 3.214, de 8-6-78;

Considerando o parecer do Grupo de Tra balho Tripartite para elaboração de proposta de regulamentação sobre benzeno, instituido pela Portaria SSST nº 10, de 8-9-94,

Resolve:

Art. 1º Aprovar o texto, em anexo, que dispõe sobre a "Avaliação das Concentrações de Benzeno em Ambientes de Trabalho", refe rente ao Anexo 13-A Benzeno, da Norma Re gulamentadlora nQ 15 -Atividades e Operações Insalubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3214, de 8-6-78, com a seguinte redação:

 

Anexo
  Avaliação das Concentrações de Benzeno em Ambientes de Trabalho
1- Objetivo
Esta Norma Técnica visa a determinação da concentração de Benzeno no ar nos ambien tes de trabalho. Leva em consideração as pos sibilidades e limitações das determinações ana liticas, estatisticas, bem como do julgamento profissional.

2 - Campo de aplicação
Esta Norma Técnica se aplica, exclusiva mente, a determinação e avaliação das concen trações de Benzeno no ar em ambientes de trabalho.

3 - Defnições
Para efeito desta Norma Tecnica deve-se considerar as definições apresentadas a seguir:

a) Ambiente de trabalho
Considera-se como sendo a área definida pelos limites fisicos da empresa.

b) Amostra de curta duração.
Para efeito dessa norma é aquela coletada durante um periodo de até 15.minutos.

c) Amostra instantanea
No escopo desta Norma Técnica, entende- se por amostra instantânea aquela coletada atraves do uso de instrumentos que permitem a determinação da concentração de Benzeno no ar representativa de um determinado local em um dada instante. O tempo total de coleta, nestes casos, deve ser inferior a 5 minutos.

d) Amostragem
É o processo de seleção de amostras, ba seado em estudos e metodos estatasticos con venientes que possam oferecer resultados re presentativos da exposição ocupacional ou concentração ambiental.

e) Analise
Corresponde a todo o procedimento que conduz a quantificação da concentração de Benzeno em uma amostra.

f) Avaliação
Caracteriza-se pelo conjunto de ações necessárias para se realizar uma caracterização completa de um determinado ambiente ou da exposição ocupacional de trabalhadores.

g) Benzeno
Significa Benzeno liquido ou gasoso, registro CAS nº 71-43-2, registro ONU nº 1.114.

h) Coleta
Corresponde ao processo de se obter uma amostra de Benzeno no ar.

i) Concentração de Benzeno no ar.
Corresponde à quantidade total de Benzeno por unidade de volume de ar. É expressa como massa por unidade de volume (m/v) ou volume por unidade de volume (v/v).
Para efeito desta norma, as unidades adotadas são respectivamente mg/m3 e ml/m3.

j) Concentração Média Ponderada no Tempo (Cmpt)
Corresponde à concentração de Benzeno obtida pelo somatório das concentrações ponderadas pelos respectivos tempos de duraçã das coletas, dividido pelo somatório dos tempos.

k) Distribuição log-normal
Significa que a distribuição de variáveis aleatórias tem a propriedade de que o logaritmo dos seus valores sâo normalmente distribuídos.

l) Grupo Homogéneo de Exposição (GHE)
Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliaçã da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo.

m) Limites de Concentração (LC)
Para efeito desta Norma Técnica, corres ponde a um valor de concentração de Benzeno média ponderada no tempo, estabelecido pelo Ministério do Trabalho para fins de comparações.

n) Local de trabalho
Local onde o trabalhador desenvolve a: suas atividades.

o) mg/m3
Unidade de concentração correspondente a miligrama de Benzeno por metro cúbico de ar

p) Monitoramento
É o processo periódico e sistemático da avaliação ambiental de Benzeno.

q) ppm
Unidade de concentração correspondente a partes de Benzeno por milhão de partes de ar em volume. É equivalente a mililitros de vapor de Benzeno por metro cúbico de ar (ml/m3), nas mesmas condições de pressão e temperatura.

r) Turno ou Jornada de trabalho
Refere-se ao periodo de tempo diário no qual o trabalhador exerce a sua atividade remunerada no ambiente de trabalho.

s) Zona de respiração
Região hemisférica com um raio de aproxi madamente 30 cm das narinas.

t) Zona de trabalho
Corresponde a uma zona espacial ou orga nizacionalmente definida onde o trabalhador desenvolve sua(s) atividade(s).
Uma zona de trabalho pode ser formada por um ou mais locais de trabalho.

4 - Avaliação
A avaliação das concentrações de Benze no no ar nos ambientes de trabalho visa atender aos seguintes objetivos:

- conhecer as exposições efetivas dos trabalhadores durante um determinado período de tempo;

- conhecer os níveis de concentração em locais determinados;

- diagnosticar fontes de emissão de Benzeno no ambiente de trabalho;

-avaliar a eficácia das Medidas de Controle adotadas;

- comparar os resultados com Limites de Concentração estabelecidos.

A avaliação de Benzeno nos ambientes de trabalho deve compreender as seguintes etapas:
4.1 Reconhecimento/Caracterização;
4.2 Estratégia de avaliação;
4.3 Avaliação inicial;
4.4 Interpretação dos resultados/julgamento profissional.

4.1 Reconhecimento/caracterização
A consulta aos trabalhadores e discussão , com os mesmos é elemento fundamental para um correto reconhecimento/caracterização. Esta etapa envolve a coleta inicial de informações, a visita aos locais de trabalho para observaçóes detalhadas e a determinação dos GHE.
Os resultados obtidos nesta etapa são de vital importância para a determinação da Estratégia de Avaliação e dos Grupos Homogêneos de Exposição.
As informações levantadas devem incluir os procedimentos de operação normal, procedimentos para manutenção, procedimentos pré-operacionais e situações de emergência.
Devem ser levantadas as seguintes informações:
4.1.1 Referentes ao processo produtivo e a planta industrial
a) relação de todos os equipamentos (bombas, tanques, vasos, colunas de extração, de destilação, de secagem, reatores etc.) que contenham ou por onde circule Benzeno puro ou em misturas, suas características e localização no processo ou planta industrial;
b) relação de todas as possíveis fontes de emissão de vapores de Benzeno para a atmosfera (flanges, selos de bombas, ventos, válvulas, etc.) identificando a sua localizaçâo no processo ou planta;
c) descrição do processo produtivo enfatizando as circunstâncias, fases do processo ou procedimentos que podem contribuir para a contaminaçêo dos ambientes de trabalho pelo Benzeno;
d) quantidade de Benzeno processado e (Como matéria-prima, como produto e como solvente, quando for o caso);
e) parâmetros operativos, cmo temperatura e pressão, nas várias fases do processo e nos equipamentos contendo ou por onde circulem Benzeno;
f) diagrama de bloco ou fluxograma simplificado e layout da planta industrial contendo as disposições dos equipamentos e fontes relacionados nos itens "a" e "b" acima;
g) descrição dos locais de trabalho, enfatizando se sâo ambientes abertos ou fechados (se fechados, área e pé direito), a ventilação natural determinada e a existência ou não de equipamentos de proteção coletiva;
h) dados climáticos: temperatura do local de trabalho, umidade relativa do ar e direção dos ventos com as respectivas faixas de predominancia;
i) interferência de áreas vizinhas aos locais de trabalho.

4.1.2 Referentes aos trabalhadores e processos de trabalho (pessoal próprio e contratados)
a) zonas de trabalho e posição dos trabaIhadores em relação às fontes de emissão de Benzeno;
b) descrição das funções, dos procedimentos e das atividades dos trabalhadores, enfatizando o tempo e freqüência de cada operação ou procedimento e identificando as atividades de Curta Duração;
c) duração da jornada e regime de trabalho;
d) número de trabalhadores totais expos tos ao Benzeno e daqueles com atividades idénticas e que possam ser separados por grupos considerados de exposição similar;
e) trabalhadores (quantidade e identi icação), a priori, como de maior risco de exposição;
f) atividades, procedimentos e zonas de trabalho, a priori, como de maior risco de exposição;
g) dados indicativos de possível comprometimento da saúde relativo a exposição ao Benzeno.

4.1.3 Avaliações pregressas de concentraçâo de Benzeno no ar
a) resultado de todos os monitoramentos anteriores realizados (monitoramento pessoal e de área);
b) outras mediçôes já realizadas (de fontes de emissão, em situações de emergência, na avaliação de medidas de controle etc.). Outras informações também poderão ser utilizadas de modo orientativo para ajudarem na definição da. estratégia de avaliação, na execução dos monitoramentos ou, mesmo, na interpretação dos resultados. São elas:
c) resultados de concentraçâo de Benzeno no ar obtidos em processos de trabalho comparáveis (quando disponíveis);
d) cálculos matemáticos de dispersão (quando disponíveis).

4.2 Estratégia de Avaliação
Esta etapa compreende a definição dos métodos de coleta, da duração da coleta e tempo de coleta/medição, do número mínimo de resultados exigidos, da escolha dos períodos para a realização das coletas/medições e a realização do diagnóstico inicial.

4.2.1 Métodos de coleta de amostras
a) Coleta de amostra pessoal (ou individual)
Visa a determinação da concentração de Benzeno na zona de respiração do trabalhador, fornecendõ, assim, resultados representativos da sua exposição. Caracteriza-se pelo fato de o sistema de coleta ser fixado no próprio trabalhador, na altura da zona de respiração (geralmente na lapela).
b) Coleta de amostra de área (ambiental ou de ponto fixo) É aquela onde o sistema de coleta ou medição é posicìonado em um ponto fixo no ambiente de trabalho, geralmente na altura média da zona de respiração dos trabalhadores. É géralmente utilizado com a finalìdade de conhecer os níveis de concentração de Benzeno no ar de um determinado ambiente de trabaIho aos quais os trabalhadores poderiam estar expostos, na avaliação da eficácia de medidas de controle ou quando se quer realizar avalìações em tempo real através do uso de monitores contínuos com sistemas de registro de resultados, acoplados ou não a sistemas de alarme.

AS avaliações de área podem ser usadas para detectar variações sazonais, de ciclos de processo ou mudanças de eficiéncia de sistemas de proteção coletiva implementados.
As avaliações de área não devem ser consideradas como um substituto da avaliação pessoal, pois algumas atividades do trabalhador podem intluenciar as concentrações na zona
Para trabalhadores cujas atividades não gerem exposições adicionais ao Benzeno, a avaliação de área pode ser uma altrernativa aceitável para uma estimativa das exposições ocupacionais.
Os pontos de coleta de amostras de área devem ser determinados através de critérios técnicos e discussão com os trabalhadores. Devem ser considerados os seguintes fatores: número e localização das fontes de emissão de Benzeno, direção dos ventos, zonas ou locais de trabalho e arranjo físico do local.

4.2.2 Duraçâo da coleta e tempo de coleta/mediçâo
A duração da coleta se refere ao período avaliado. A duração da coleta será, no máximo, o turno inteiro de trabalho.
O tempo de coleta/medição é o tempo no qual ocorre a coleta de cada amostra de ar ou cada medição da concentração de Benzeno. O tempo de coleta/medição será, no máximo, igual à duração da coleta.

4.2.3 Técnica de coleta de amostras
a) Amostra única
Nestes casos, uma única amostra de ar é coletada continuamente durante todo o período desejado. O tempo de coleta da amostra é iqual ao da duração da coleta.
A concentração de Benzeno obtida já é representativa da concentração MPT do periodo. A concentração de Benzeno no ar é calcu(ada pela equação abaixo:

           quantidade de benzeno na amostra (mg)
 Cmpt =   -------------------------------------- x 1000 (mg/m3) 
             volume de ar coletado (litros)

b) Coletas de amostras consecutivas
Nestes casos, várias amostras de ar são coletadas durante o período desejado, sendo que o tempo total de coleta deverá ser igual ao da duração do período. As amostras sâo analisadas e os resultados de concentração de Benzeno em cada uma delas são utilizados para o cárculo da concentração MPT (Cmpt) para o período, utilizando a equação abaixo.
Está técnica de coleta é étil nos casos de existirem atividades diferenciadas ao longo da jornada, pois, além de possibilitar a compara ção com o Limite de Concentração para o turno inteiro, permite conhecer as concentrações de Benzeno correspondentes a cada período/atividade amostrado.
Cmpt = {C1T1 + C2T2 + .....+ CnTn}  /  Tt
onde:
Cmpt= concentração MPT no período, em ppm ou mg/m3.
Cn= concentração de Benzeno no ar obtida na amostra n, em ppm ou mg/m3.
Tn = tempo de coleta da amostra n, em minutos ou horas.
Tt = tempo total de coleta = T1 + T2 + ... + Tn.
Deverá ser aproximadamente igual ao tempo de duração do período
(ex.: 8 horas = 480 minutos).
c) Coletas parciais
Também nestes casos, várias amostras de ar são coletadas durante o periodo de trabalho, sendo que o tempo total de coleta é inferior ao da duração do período de trabalho escolhido. As amostras são analisadas e os resultados de concentração de Benzeno em cada uma delas são utilizados para o cálculo de concentraçáo MPT para o período avaliado utilizando a mesma equação do item anterior. O tempo total, Tt, será igual à soma dos tempos de coleta de cada amostra.
Para comparar o resultado de Cmpt obtido com o Limite de Concentração para o turno inteiro, é necessário que o tempo total de coleta cubra, pelo menos, 70% da jornada de trabalho (Ex.: 5,6 horas para jornadas de 8 horas).
d) Coletas/medições instantâneas
As coletas/medições instantãneas só po derão ser usadas para a determinação da concentração média ambiental de Benzeno se houver um número mínimo de 8 coletas/medições no período de interesse (jornada inteira ou períodos das atividades/operações). Para avaliaCõas de iornada inteira de trabalho só se deve usar esta técnica de coletalmedição quando for possível garantir que a distribuição da exposição ou concentração ambiental de Benzeno são uniformes ao longo da jornada. Quando se deseja estimar a exposição de um trabalhador que desenvolve várias atividades diferentes ou muda de local ou zona de trabalho
h) Até a realização de uma nova avaliação, a situação a ser considerada como representativa do objeto da avaliação (exposição do trabalhador ou do GHE, ou a concentraçêo ambiental de Benzeno) será aquela da última avaliação realizada.
i) Quando ocorrerem situações de emergência tais como respingos, vazamentos, rupturas ou outras falhas que possam' levar a uma maior exposição ocupacional ou a um aumento na concentração ambiental de Benzeno, deverão ser realizados, logo após normalizada a situação, monitoramentos visando garantir que a situaçãio retornou ao nível anterior. Caso a condição anterior à situação de emergéncia não seja alcançada, deve-se proceder uma nova avaliaçâo padrão, ou seja, para determinar o novo valor de I.
j) Os monitoramentos realizados durante a situação de emergéncia servirão, apenas, para a caracterização da situação, visando o direcionamento e avaliação das medidas corretivas implantadas.
k) A garantia de que os Limites de Concentração não serão ultrapassados pode ser atingida através do monitoramento contínuo com instrumentos de leitura direta (medição instantânea) acbplados a sistemas de pré-alarme e alarme principal que desencadeiam medidas de controle para baixar a concentração o mais rapidamente possível.

5 - Relatório
Todos os dados e informaçáes obtidos dentro do escopo desta Norma Técnica deverão ser-registrados em relatório completo, contendo;
a) Informações obtidas no item 4.1-Reconhecimento/Caracterização
b) Determinação dos GHE acompanhada da justificativa técnica quanto a todos os critérios escolhidos.
c) Estratégia de avaliação adotada acompanhada de justificativa técnica quanto a todos os critérios escolhidos, inclusive do uso de monitores contínuos acoplados a sistema da alarme.
d) Metodologia analítica utilizada, incluindo:
- sistemas de coleta utilizados;
- equipamentos utilizados (bombas de amostragem, instrumentos de leitura direta, medidores de umidade relativa e temperatura, medidores de uelocidade de vento etc:);
- método de análise adotado; - cálcwlo dos resultados de concentração detalhados;
- informações gerais sobre a metodologia analítica canforme item 4.2.7 (limite de detecção, sensibilidade, especificidade, precisão, validação em campo, programas de controle de qualidade interno e eterno que participa ou desenvolve etc.).
e) Resultados das avaliações e julgamento das situações.
Deverão estar relacionados:
- nome dos trabalhadores amostrados;
-os responsáveis pelas coletas;
-os responsáveis pelas análises laboratoriais;
- a instituição que realizou os monitoramentos;
- a instituição que realizou as análises das amostras;
- as datas e horários em que foram realizadas as caletas/medições;
- as condições operacionais e dos locais de trabalho durante os monitoramentos;
-todos os resultados de concentração obtidos;
- os resultados das avaliações realizadas conforme item 4.4, acompanhados dos respectivos cálculos;
-julgamento técnico do resultado final.
f)Recomendações gerais

APENDICE 1

  Cálculos Estatísticos

Procedimento

Para cada situação avaliada os resultados de concontração média de Benzeno (mínimo de 5) deverão ser tratados da forma descrita abaixo:

1) Os principais parâmetros a serem obtidos são:
número de resultados totais = n
graus de liberdade (n -1) = g
maior resultado = Max*
menor resultado = Min*
média aritmética dos resultados MA*
desvio-padrão da MA para (n -1) DP*
logaritmo neperiano (In) dos resultados = In(x;)
média dos in(x;) = M(in) desvio-padrão de M(In) para (n -1) = DP(In)
média geométrica = MG*
desvio-padrão geométrico = DPG* t(/2) de Student para 95% e g. graus de liberdade = t(/2)


* Resultados não usados nos cálculos estatísticos, mas subsidiam o julgamento profissional.
Volta

2) Para efeito desta Norma Técnica, os resultados nulos ou abaixo do limite de detecção do método deverão ser considerados como sendo o valor correspondente à metade do limite de detecção (Ex.: Caso o limite de detecção da metodologia seja igual a 0,1 ppm, todos os resultados nulos ou abaixo desse valor serão considerados como sendo 0,05 ppm).

3) O grau de liberdade (g) é sempre o número total de resultados menos 1 -> (n -1 ).

4) A média aritmética (MA) é igual a soma dos resultados dividido pelo número destes.

MA = [X1 + X2 +...+Xn]  /  n

5) O desvio-padrão (Dp) da média aritmética (MA) é igual a:

6) Tanto a média aritmética MA quanto o seu desvio-padrão DP podem ser obtidos diretamente em qualquer calculadora científica, bastando, para isso, inserir todos os resultados Xn na função estatística da calculadora e pedir diretamente que a mesma forneça os resulta dos de MA e de DP, este último para (n-1) graus de liberdade.

7) O logaritmo neperiano (lnxi) dos resultados, a sua média, M(ln), e respectivo desvio-padrão, DP(In), podem ser obtidos com auxílio da mesma calculadora.

8) A média geométrica dos resultados, MG, e o desvio-padrão geométrico para (n-1) graus de liberdade, DPG(n-1), são obtidos aplicando-se, na calculadora, a função exponencial (ex) ou antiln (o intervalo de ln) sobre os resultados de M(ln) e DP(ln), respectivamente.

9) A partir da Tabela Resumida da Distribuição t deste Apéndice obtém-se o t(/2) de Student para 95% de confiança, que corresponde ao valor crítico de t para 95% de intervalo de confiança considerando-se os dois lados da curva (two sided confidence interval), que é
simbolizado por t(/2).

10) Os dados obtidos podem ser ordenados em uma tabela como a abaixo indicada(Tabela 1)

11) Com os dados obtidos, calcula-se o logaritmo neperiano do Limite Superior de Confiança (ln(LSC)) para um intervalo de confiança de 95% da concentração média verdadeira, através da equação abaixo.
ln(LSC) = M(ln) + 0,5[DP(ln)]2 + t(a/2.95%)[DP(ln) / ]

12) Em seguida, obtém-se o LSC como abaixo indicado:
LSC(95% = exp(ln(LSC)) =
Este valor significa que com 95% de confiança a concentração média verdadeira é menor que este limite.

13) Utiliza-se o LSC(95%) conforme procedimento descrito no item 4.4 desta Norma.

Tabela 1

Volta ao ponto de origem

Parâmetros estatísticos obtidos
Resultados (Xi) lnXi
X1 lnXi
Xa InX2
" "
Xn lnXn
MA M(ln)
DP M(ln)
MG = exp(M(ln))
DPG = exp(DP(ln))

Exemplo prático (Situação Simulada)

Avaliação de Benzeno no ar.

Resultados correspondem a MPT para um turno de 8 horas (amostragem única cobrindo toda a jornada de trabalho).
Limite de detecção do método = 0,1 ppm.
Resultados

(ppm): < 0,1; 0;3; 0,4; 0,1; < 0,1; 0,5; 0,2; < 0,1; 0,2; 0,3; ou seja, n =10.
Graus de liberdade (g) = 10-1 = 9.
Resultados
Resultados (Xi) lnXi
0,05 -2,996
0,3 -1,204
0,4 -0,916
0,1 -2,1609
0,05 -2,996
0,5 -0,693
0,2 -1,609
MA M(ln)
DP M(ln)
MG = exp(M(ln))
DPG = exp(DP(ln))

Volta ao ponto de origem
Exemplo prático (situação simulada)
Avaliação de benzeno no ar.
Resultados correspondem a MPT para um turno de 8 horas (amostragem única, cobrindo toda a jornada de trabalho)
Limite de detecção do método = 0,1 ppm.
Resultados (ppm) : < 0,1 ; 0,3 ; 0,4 ; 0,1 ; < 0,1 ; 0,5 ; 0,2 ; < 0,1 ; 0,2 ; 0,3 ; ou seja , n = 10.
Graus de liberdade (g) 10 - 1 = 9

Resultados (Xi)          ln(Xi)
           0,05          -2,996
           0,3           -1,204
           0,4           -0,916
           0,1           -2,303
           0,05          -0,693
           0,2           -1,609
           0,05          -0,693
           0,2           -1,609
           0,3           -1,204
   
MA = 0,22     M(ln) = -1,85
DP = 0,16     DP(ln) = 0,90
MG = 0,16
DPG = 2,5

Pela Tabela Resumida da Distribuição t, o valor de t(/2), para 9 graus de liberdade, é de 2,262.
Utilizando-se as equações 3 e 4 deste Apêndice, encontraremos os valores de ln(LSC) e LSC(95%), ou seja,
ln(LSC) -> substitua, na eq. 3
M(ln) = -1,85
DP(ln) = 0,90
t(a/2;95%) = 2,262
n = 10
Logo, ln(LSC)= -0,80 e LSC(95%) = e(exp 0,8) = 0,45
O valor de LSC(95%) é utilizado juntamente com LC, conforme o procedimento do item 4.4.
Tabela Resumida da Distribuição t

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